H I S T Ó R I A
Em 1996 o cenário da capoeira angola no Rio de Janeiro era no mínimo sombrio.
Os mestres formado por Mestre Moraes haviam saído do GCAP e fundado, cada um, um novo grupo de capoeira. Os trabalhos eram inexpressivos e a Capoeira Angola estava caindo no esquecimento, sendo lembrada por poucos angoleiros e muitos capoeiristas da regional.
Neste mesmo ano o Mestre Mano morava em Caraíva na Bahia e era o último aluno do Mestre Moraes ainda no GCAP. O trabalho na Bahia era bom, mas inexpressivo também, pois o GCAP nunca apoiou seus núcleos. Imaginem um trabalho de capoeira angola, no Sul da Bahia, numa cidade de veranistas e sem nenhum apoio de um grupo maior.
O Mestre Mano sabia que permanecer no GCAP sem nenhum apoio era inviável, mas também não queria fundar outro grupo, que na sua opinião serviria apenas para desagregar ainda mais a capoeira angola. Foi assim que tentou por várias vezes entrar em contato com os fundadores da FICA para, talvez, fazer parte daquele grupo. Mas, por várias razões, o namoro com a FICA não deu certo.
Conversou ainda com Mestre Braga ( Africa Bantu ) e Mestre José Carlos ( N`GOLO ) para formar um único grupo com um único nome, juntando assim três alunos de Mestre Moraes, mas não foi aceito por ambos.
Assim, a única saída era fundar um novo grupo. E assim foi feito. Nascia então a Flor da Gente, novo grupo de capoeira angola, liderado pelo Mestre Mano e com o nome da malta que dominava a área do Catete e Glória no Rio de Janeiro na época do Império.
A escolha do nome era perfeita, pois a idéia era aproveitar o espaço da UNE que fica no Catete, anteriormente utilizado pelo mestre Braga e seu grupo o África Bantu. Mas apenas fundar um novo grupo de capoeira angola não era a solução para levantar a capoeira angola no Rio. Era preciso unir os angoleiros da cidade.
Mestre Mano coloca então em prática um projeto antigo: O Centro de Capoeira Angola do Rio de Janeiro, projeto que visava a reunião, em um único espaço dos maiores nomes da capoeira angola do Rio. Lugar onde a arte pudesse ser praticada, estudada e discutida.
Assim, em 1997 é fundada a Escola de Capoeira Angola Flor da Gente, com mestre Mano e três alunos. E começam os preparativos para a criação do CCARJ lugar onde haveria aulas de capoeira durante todo o dia, em horários diferentes e com vários mestres.
A idéia não foi fácil de implantar, pois houve muita desconfiança por parte dos angoleiros. Mestre Mano havia ficado fora da cidade do Rio por muito tempo, o que aumentava a desconfiança dos outros mestres. Além disso, trazia consigo uma capoeira ainda limpa, sem a influência de outras tendências.
Os obstáculos foram muitos já que o mestre da ECAFG tocava em assuntos delicados tais como a técnica dos movimentos, a influência do GCAP, o profissionalismo na capoeira, os métodos de ensinar capoeira, a formação dos graduados.
Mas o tempo foi passando e a idéia foi ganhando a confiança dos angoleiros. A fundação do CCARJ aconteceu no meio do ano de 1997, com os grupos Flor da gente, África Bantu e N’Golo. Muito trabalho foi feito durante os anos de existência da ECAFG e CCARJ e hoje, o projeto começa a despontar como um dos melhores trabalhos de capoeira angola do Brasil.
A história da Flor da Gente se confunde com a do CCARJ, pois a idéia principal do Mestre Mano é o fortalecimento da capoeira angola e não apenas uma realização pessoal com um trabalho isolado. Mas ainda assim a Flor da Gente se destaca hoje pela qualidade dos alunos, pelo profissionalismo na capoeira e pela preservação dos movimentos e dos rituais, principalmente nas rodas.
Hoje a Flor da Gente é um grupo maduro, com alunos capazes de jogar, cantar, tocar e ministrar aulas de capoeira e começa a formar algo fundamental para a sobrevivência da capoeira: história. História de um grupo formado com muito trabalho e com o amor dos integrantes e de seu mestre pela capoeira.
O cenário da capoeira hoje é bem diferente daquele visto há anos atrás. Vários grupos se uniram no CCARJ, mas continuam com sua identidade própria. Os que não se juntaram no mesmo espaço se visitam mutuamente e mantêm contato constante. A comunicação entre os angoleiros ficou muito mais fácil e encontramos com muita facilidade o que mais fazia falta: rodas e eventos.
Assim, nesses anos a maior homenageada vem sendo a Capoeira Angola que agradece mostrando toda a sua grandeza e beleza para aqueles que estão dispostos a respeita-la e trata-la como ela merece.
Vanessa Rung – Treinél Galega

Centro de Capoeira Angola do Rio de Janeiro - Prédio da UNE - 1997.
M E S T R E M A N O
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Iniciou seu aprendizado na Capoeira Angola em 1973 na Escola de Belas Artes, no Museu de Belas Artes no Centro do Rio de Janeiro, no Grupo de Capoeira Angola Mestre Moraes.
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É atualmente o aluno mais antigo de Mestre Moraes em atividade na Capoeira Angola.
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Foi membro fundador, entre outros, do GCAP - Grupo de Capoeira Angola Pelourinho em 1980 e, neste mesmo ano, é graduado a professor ( Treinél), recebendo na ocasião o cordel azul.
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Fixa residência na cidade de Mendes, Estado do Rio de Janeiro no período de 1983 a 1986.
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Em , recebe a corda de Contramestre (azul, amarela e verde) das mãos dos Mestres Braga e Neco , ainda na cidade de Mendes.
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Transfere-se para a cidade de Pirenópolis em Goiás no ano de 1986 onde continua ensinando capoeira, abrindo uma escola naquela localidade e outra em Anápolis. Reside em Pirenópolis durante 08 anos e deixa dois representantes: em Pirenópolis o professor Piri (Vanuir) e em Anápolis o professor Tuísca (Carlos).
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Recebe das mãos de Mestre Braga, então presidente do GCAP-RJ, o diploma de Mestre em 1989 , no Rio de Janeiro, no Clube Carioca, Jardim Botânico.
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Volta para o Rio em 1994 e permanece por 02 anos, dando aulas na Nossa Escolinha, em Botafogo.
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Decide morar em Caraíva, município de Porto Seguro - BA, de 1994 a 1996, fazendo um trabalho com capoeira, mas não deixando representante.
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Em mantém um breve “namoro” com a Fundação Internacional de Capoeira Angola (FICA) através de Mestre Jurandir, não levando adiante o intento.
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Em março de retorna ao Rio com o intuito de implementar uma ideia: um centro, onde pudesse ser aglutinado, em um só lugar, os antigos discípulos de Mestre Moraes.
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Em 1996, desliga-se definitivamente do GCAP.
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Funda a Escola de Capoeira Angola Flor da Gente no dia 24 de abril de 1997 .
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Funda o CCARJ - Centro de Capoeira Angola do Rio de Janeiro, nas instalações da União Nacional dos Estudantes (UNE), onde permaneceu até setembro de 2004.
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Transfere o CCARJ para a Ladeira da Glória 98, permanecendo ali até março de 2005.
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Aluga um sobrado de 330 metros quadrados na R. do Catete, 164 , onde permanece até 2011.
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Volta a residir em Pirenópolis por motivo familiar, permanece até 2012.
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Novembro de 2012 vai pra Caraíva e permanece até 2017.
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Forma nova família e retorna à Pirenópolis. Onde reside atualmente.


Escola Flor da Gente - Sobrado - Catete - Rio de Janeiro - RJ
Flor da Gente Dez/2006
Fundação da Escola de Capoeira Angola Flor da Gente
A ECAFG foi fundada no Rio de Janeiro no dia 24 de abril de 1997.
Oriunda do GCAP – Grupo de Capoeira Angola Pelourinho, se desvinculou devido a não concordar com algumas posições e atitudes da direção do mesmo.
Com essa decisão foi criado mais um grupo que fragmentou ainda mais o GCAP. Felizmente, fragmentar um grupo não é fragmentar a Capoeira Angola.
A ECAFG, com o intuito de colaborar e engrossar as fileiras dos angoleiros do Rio de Janeiro – vem comungar com o África Bantu, N’golo , Só Angola e porque não com o próprio núcleo do GCAP no Rio de Janeiro.
A ECAFG é capoeira angola genuína, saída do GCAP, seu dirigente é aluno direto de Mestre Moraes e com ele treinou durante dez anos. A ECAFG deseja estender as suas raízes porque é raiz, assim como o África Bantu, N’golo e Só Angola.
Nossa Escola entende que esses quatro pilares poderão vir a ser a sólida base para a ampliação e manutenção da capoeira angola no Rio de Janeiro.

QUEM É MESTRE MANO?
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Antonio Lima de Freitas
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Nascimento : 03/01/1956.
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Bacharel em Administração de Empresas – USU(Universidade Santa Úrsula) – Rio de Janeiro-RJ.
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Cursou até o terceiro ano de História – UNIANA(Universidade de Anápolis)-Goiás.
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Quiropraxista, Massagista, fotógrafo, corretor de imóveis, capoeirista.
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Começou seu aprendizado no Grupo de Capoeira Angola Mestre Moraes, na Escola de Belas Artes- Museu de Belas Artes, Centro do Rio de Janeiro, no ano de 1973, inicio da atividade do GCAM.
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Aluno mais antigo, de Mestre Moraes em atividade.
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Fundador, entre outros, do GCAP-Grupo de Capoeira Angola Pelourinho em 1980, neste mesmo ano é graduado à Treinél - Professor(cordel azul).
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Residiu na cidade de Mendes-Estado do Rio de Janeiro(1983-1986).
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Em 1984, recebe a corda de Contra Mestre( azul, amarela e verde) das mãos dos Mestres Neco e Braga.
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Se transfere para Pirenópolis-Goiás, levando a Capoeira Angola, abre uma escola em Pirenópolis e outra em Anápolis.
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Reside em Pirenópolis durante 8 anos (1986-1994), deixa dois representantes: Em Pirenópolis o professor Piri (Vanuir) e em Anápolis o professor Tuísca (Carlos).
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Recebe das mãos de Mestre Braga, então presidente do GCAP-RJ o diploma de Mestre, 1989.
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Volta para o Rio e permanece por 2 anos – Passa um período dando aulas na Nossa Escolinha, em Botafogo.
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Resolve morar em Caraíva, município de Porto Seguro – BA, faz um trabalho com capoeira mas não deixa representante (1993-1996).
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Em março de 1996 retorna ao Rio com o intuito de implementar uma ideia, um centro de Capoeira Angola, onde pudesse ser aglutinado em um só lugar, os antigos discípulos de Mestre Moraes.
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Funda a Escola de Capoeira Angola Flor da Gente no dia 24 de abril de 1997.
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Com o seu novo grupo, reunindo o G/ECAAB (Grupo de Capoeira Angola Africa-Bantu) e o GCAN(Grupo de Capoeira Angola N`Golo), executa a sua ideia.
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Funda o CCARJ – Centro de Capoeira Angola do Rio de Janeiro - 1997.
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O CCARJ tem como representantes; Mestres Braga, Zé Carlos e Mano; C/Mestre Lumumba e Professor Pedro (Chopinho).
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Administrador do CCARJ.
